Relato do III Encontro com Escritores da Metamorfose
 



Relato do III Encontro com Escritores da Metamorfose

por Clarissa Grendene

Abro a porta e me deparo com uma sala repleta de pessoas, conversas, abraços calorosos, livros expostos em duas mesas. Não vejo minhas amigas, pelo visto cheguei primeiro, sirvo um copo de café e me dirijo para os livros.

Ah, os livros, esses objetos me encantam, gosto de senti-lo em minhas mãos, aquele primeiro toque, observar a capa, a diagramação e confesso que me sinto em êxtase quando optam pelo pólen ao invés do simples papel branco. Se soubessem o quanto uma folha “amarelada” agrada a leitura, jamais cogitaram por outro material.

Sei que você deve estar se perguntando se eu não leio a sinopse, sim leio, às vezes e sempre é a última coisa que faço quando pego um livro na mão!

O evento tem início com uma apresentação musical, a primeira música é autoral da banda, hoje representada por dois integrantes, apenas voz e violão, depois a escolha foi “Metamorfose Ambulante” do Raul Seixas.

É interessante observarmos a letra e os inúmeros significados presentes nela e segue ultrapassando gerações. Ela se encaixa perfeitamente com a proposta do evento, que é sair do lugar comum.

Na palestra a seguir, a Valesca de Assis e o Rubem Penz dividiram suas experiências, comentaram sobre o início da carreira e a importância de termos em quem nos inspirar e aprender.

Destaquei em meu caderno uma frase dita pela Valesca “construir sua vida e habitá-la como sua casa” e aqui podemos permear nossa reflexão entre ser, ter, fazer, pertencer e a felicidade.

Outra frase dita pela autora fez todo o sentido para quem, assim como eu, se assumiu escritora recentemente, embora escreva há se perder de vista, “se escreve porque não se pode parar”. E é exatamente isso que dá vida a um escritor, contar histórias. Estamos constantemente descrevendo situações e revivendo memórias.

No turno da tarde fomos contemplados com a palestra das escritoras Letícia Wierzchowski e Bruna Tessuto, onde ressaltaram a relevância do papel da mulher na literatura. Quando uma uma autora menciona sobre suas obras e a trajetória percorrida até o presente momento, fica visível para nós a necessidade de publicarmos as nossas escritas.

Eu me emocionei em diversos momentos com ambas as falas, pois cada mulher mesmo não vivenciando as mesmas adversidades apresentadas ali, reconhece e se solidariza com a profundidade trazida por elas de diferentes formas.

Nesse momento houve um intervalo, para que pudéssemos autografar nossos livros e abraçar umas às outras. As conversas seguiram para o café, um momento de descontração e encontros proporcionados de forma tão singular foi registrado através de muitos flashes.

A seguir encerrou-se com um debate entre autores e professores que ministram o curso oferecido pela editora Metamorfose e percorremos novamente por temas extremamente necessários sobre a escrita, literatura e a incessante busca por conhecimento, este que permite nos aventurarmos para fora da nossa bolha.

Finalizo esse texto ressaltando o dever que cada um de nós enquanto escritores temos no momento em que abrimos a nossa janela da alma e lançamos um livro, que é estarmos sempre em constante transformação, ao invés de ter uma opinião enrijecida sobre tudo!

Acredito que somente desta forma atingiremos o nosso objetivo, fazer com que nossas histórias percorreram os mais variados cantos do mundo!


Clarissa Grendene nasceu em Porto Alegre/RS, formada em Pedagogia Empresarial. Apaixonada por livros desde a infância. Em 2023 criou coragem e publicou seu primeiro livro de forma totalmente independente, o "Voa Garota". E desde então vem se dedicando à literatura através de diversos cursos para aprimorar sua escrita. "Escrever talvez tenha sido o caminho mais bonito que escolhi para dizer ao mundo que eu o leio com olhos de artista".

 

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