Houve um tempo em que o maior medo do escritor era a crÃtica literária. Havia resenhistas nos jornais, e estes não poupavam crÃticas, muitas vezes ácidas, aos lançamentos. Dependendo do porto do veÃculo, ser saudado com uma crÃtica positiva equivalia a um prêmio, rendendo admiração e vendas ao autor.
Hoje, porém, tanto autores experientes quanto novatos reclamam do silêncio. Isso mesmo, não há mais crÃtica literária, mas isso de forma alguma é bom: o leitor fica sem muitas referências, o próprio autor se sente sozinho, sem sentir a repercussão do seu livro, e as editoras perdem referenciais na observação do mercado.
Resenhista, José abre espaço para novos autores em seu blog, que conta com mais de 100 textos em 2022, entre crônicas e resenhas: "A ideia do blogue surgiu na primeira década deste século, que foi, digamos, o auge dos blogues, antes do surgimento das redes sociais. Comecei acompanhando alguns, fazendo comentários. E então resolvi iniciar o meu. O blogue é meio simples de expressão pessoal, lá há registros de leituras e outras apreciações culturais, crônicas, relatos, uns raros contos e poemas.", conta.
A escolha dos livros a serem resenhados é, segundo o próprio autor, aleatória: "A única coisa que tento fazer é misturar leituras. Lendo na sequência um autor mais conhecido, como Mario Vargas Llosa e outro menos conhecido. A maioria dos livros que resenho eu compro. Alguns raros são ganhos".
Apesar do esforço, José confessa que o feedback é fraco: "Normalmente a pessoa vê que foi lida e agradece o retorno. Às vezes indicam para outras pessoas a resenha."
Formado em história e bancário por profissão, José, além do blog, é autor do livro de poetrix Ménage Atroz, em coautoria com Bárbara Sanco e Claudia Lobato. Planeja, para 2023, a publicação de um livro de contos individual, sonho que vem acalentando - e para o qual vem se preparando com escritas e leituras - há anos.