Roque Palermo natural de uma cidade fronteiriça, São Gabriel, conhecedor do campo e de suas lidas nos fala desse universo através de um personagem encantador: Gaudério Laudelino. Será que temos entre nós um novo Simões Lopes Neto?
O livro, fruto da Oficina de Criação Literária da Academia Rio-Grandense de Letras, me cativou desde o primeiro conto. Roque nos presentes com um personagem que pela pureza e simplicidade nos arrebata e nos emociona.
Laudelino é um gaudério teatino que aprecia contar seus causos sempre deixando dúvidas sobre a veracidade destes ou se fazem parte do imaginário coletivo alimentado por peões das invernadas de todos os tempos.
Laudelino é um destes peões, simples sem estudo, sem posses mas pleno da riqueza do bem viver e da leveza dos puros de coração.
Fui arrebatada por ele já no primeiro conto. Não tinha como ser diferente. Homem que tem de seu apenas Zaino, seu cavalo, o cusco Lobo que demonstra ter a mesma coragem que seu dono, ou seria covardia? Além desses dois animais, seu patrimônio pessoal, ele ainda desfruta do amor e companheirismo da cabocla Maria.
Sem exigir muito da vida luta suas batalhas pessoais e a dos seus patrões sempre que precisa. Parece gostar de uma boa peleja mas o que realmente gosta é de usar da palavra e contar seus causos nas rodas e se divertir nas bailantas sempre que pode.
Homem com virtudes e o defeitos igual a todos nós mas de uma simplicidade apaixonante que faz com que nos deliciemos do inÃcio ao fim . Ao terminar um conto tu já sente o desejo de ler o seguinte para poder não perder nenhuma de suas bravatas.
Entre tantas coisas ditas por Laudelino quero deixar aqui registrada a seguinte: “Manusear armas é fácil; difÃcil é plantar sua macieira.”