O livro “O Quinto Compromisso” foi escrito pelo médico mexicano Don Miguel Ruiz em coautoria com seu filho, Don Jose Ruiz, tendo também contado com o auxÃlio da norte-americana Janet Mills. Nele, os autores oferecem valiosas lições acerca dos ensinamentos milenares transmitidos pela filosofia tolteca mexicana. Ao mesmo tempo em que a obra viabiliza ao leitor a aquisição de aprendizados bastante úteis ao autoconhecimento e facilitadores da convivência em sociedade, tem também o mérito de fazer isto mediante uma leitura leve, prazerosa e acessÃvel a todos os públicos.
Em linhas gerais, os autores ensinam que a humanidade inteira vive em um sonho coletivo (o “sonho do planeta”, como denominam-no), querendo significar com isto que, em virtude de estarmos imersos em realidades virtuais singulares e únicas, perambulamos mundo afora e interagimos com outros indivÃduos levando em consideração não a realidade como ela de fato é, mas como a percebemos. Nesse sentido, é possÃvel falar-se em multiplicidade de realidades, um dos motivos pelos quais tantas rusgas, conflitos e desentendimentos acontecem ininterrupta e diariamente em nosso mundo.
Considerando esta perspectiva, e após explicarem como comumente dá-se o processo de formação e construção de nossas crenças ao longo dos anos – através da influência da famÃlia, da escola, da igreja, da sociedade, etc. –, os autores convidam os leitores a experimentarem adotar novos compromissos (isto é, acordos feitos unilateralmente) que ajudarão na edificação de uma nova estrutura de crenças.
Os quatro compromissos iniciais integram obra anteriormente publicada e que recebeu o nome de “Os quatro compromissos”. Entretanto, segundo ensinam os autores, embora necessários para a reformulação e reconfiguração de nosso funcionamento interno, são insuficientes. A suficiência vem ao ser acrescentado o quinto compromisso, segundo o qual devemos aprender a ouvir o que os outros têm a dizer e, ao mesmo tempo, não perder de vista o ceticismo, porquanto as opiniões e comentários feitos por outros humanos podem ser externadas de forma “contaminada”, isto é, idiossincraticamente e ser descolada da realidade.
Como pontuam os autores, somos todos artistas e, à semelhança do que Pablo Picasso fazia com os pincéis, todos nós, conscientemente ou não, também pintamos nossas telas. As palavras, portanto – essas “poderosas ferramentas criativas” –, são o instrumento com que pintamos nossos quadros, soturna ou alegre e coloridamente. O livro é um convite para o leitor, após adotar novos compromissos, aprender a desenvolver um melhor relacionamento consigo mesmo e com as outras pessoas a partir da linguagem, essa ferramenta mágica.
Bacharel em Direito e Mestrando em Ciências Criminais pela PUC-RS. Advogado. Autor de artigos cientÃficos e de outros textos publicados em jornais