Metaverso
 



Metaverso

por Graziana Fraga Santos

Não temos como negar que a pandemia acelerou a tecnologia e a forma como nos comunicamos hoje, mas já imaginou poder interagir com as pessoas por meio de avatares em universo digital? Fazer reuniões, dar aulas, jogar ou simplesmente passar tempo juntos? Isso até parece a descrição de um episódio de Black Mirror, mas as gigantes de tecnologia estão investindo pesado para que em pouco tempo o metaverso esteja disponível.

Manchete nas últimas semanas, o metaverso é um universo virtual onde as pessoas vão interagir entre si por meio de avatares digitais. Esse mundo será criado a partir de diversas tecnologias, como realidade virtual, realidade aumentada, redes sociais, criptomoedas etc. Mark Zuckerberg aposta fortemente neste futuro e decidiu mudar o nome da empresa controladora do Facebook para Meta, em referência a este tipo de realidade virtual.

O termo metaverso (metaverse, em inglês) apareceu pela primeira vez em "Snow Crash", livro de ficção científica escrito por Neal Stephenson em 1992. Nele, as pessoas usam o metaverso para escaparem de uma realidade distópica.

Em comunicado à imprensa na ocasião do anúncio da mudança de Facebook para Meta, Mark Zuckerberg explicou o que será possível fazer no metaverso da seguinte forma: "Você será capaz de fazer quase tudo que você possa imaginar — reunir-se com amigos e família, trabalhar, aprender, brincar, fazer compras, criar —, bem como experiências completamente novas que realmente não se encaixam na forma como pensamos sobre computadores ou telefones hoje."

A intenção é misturar diversos elementos digitais com o mundo físico, como no filme “Minority Report”, estrelado por Tom Cruise, que interage com projeções feitas no ar.

Para te ajudar a entender o metaverso, imagine que você tem um avatar no metaverso da Meta. Esse avatar poderá assistir a uma sessão de cinema e, ao sair, comprar um livro, tudo virtualmente. O bilhete, o livro, assim como todas as demais coisas serão pagos com criptomoedas. Porém, para que isso seja possível, todas as plataformas precisam ser compatíveis entre si. Os avatares, os livros, os ingressos, mas será um grande desafio garantir que as empresas efetivamente construam plataformas intercambiáveis e compatíveis.

Além disso, o atual 4G nos permite ficar conectados de qualquer lugar, mas não é capaz de lidar com o fluxo de dados de inúmeras plataformas de realidade aumentada e realidade virtual sendo acessadas por bilhões de usuários simultaneamente.

Mas o ponto crucial são as questões éticas que o metaverso traz consigo. O próprio Facebook está constantemente envolvido em escândalos de privacidade — o mais conhecido deles, Cambrigde Analytica, impactando inclusive campanhas eleitorais.

Por enquanto o metaverso está no campo dos sonhos e das pesquisas, não temos nada concreto, mas além da própria empresa Meta (ex-Facebook), são notáveis os trabalhos da Microsoft, do Roblox, da Epic Games e da brasileira Movilesobre esta nova tecnologia.

Se você gosta deste assunto e tem interesse em saber mais, deixo a sugestão do livro da Martha Gabriel, “Você, eu e os Robôs”, que é um guia para compreender a revolução digital que vivemos e os seus impactos na humanidade, nas suas mais diversas dimensões — como biológica, social, econômica —, nos auxiliando a caminhar pela principal transformação humana desde o surgimento do Homo Sapiens.

 

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