O que me faz ser um escritor?
 



O que me faz ser um escritor?

por Cláudia de Villar

Será que existe alguma regra? Existe algo em que eu possa me encontrar como um escritor? Há algum parâmetro em que seja possível comparar uma forma de escrever a outra para podermos afirmar ao fim de uma análise que essa pessoa pode ser considerada um escritor e a outra não? Afinal, o que é necessário para se intitular ESCRITOR? Será que é necessário pertencer à mesma escola de Machado de Assis para ser um escritor?

A partir desses anseios e perguntas é que faz com que muitas pessoas procurem os cursos de formação de escritores. Há ainda aquela visão de que um curso poderá fazer de uma pessoa algo que ela não traga quase de berço. Pois escrever bem não é algo que se forma a partir somente da frequência em salas de aulas, mas algo que já deve se ter como pré-requisito. Quem odeia escrever, dificilmente, se tornará um excelente escritor literário. O que difere de escrever um livro técnico. Isso é outro assunto, outro viés da produção escrita. A literatura pressupõe alma de escritor. Tendo dentro de si algo que impulsiona ao ato da produção escrita. Não é aquela escrita qualquer, mas a escrita com alma, com o querer escrever. A partir daí sim é que os cursos de formação de escritores são importantíssimos para o aperfeiçoamento, para a lapidação da escrita ainda inicial e grotesca. Mas o diamante já estava ali!

Vontade de escrever também não basta. É preciso mais! Muito mais. Além dos cursos de formação de escritores que colaboram e muito para que a pessoa aperfeiçoe sua produção escrita e se encontre como ser que escreve com um propósito concreto, é preciso estar atento à realidade que está em nossa volta, é preciso decidir o público para o qual vamos escrever, é preciso ler, ler e ler muito. Ler não apenas os clássicos, mas os modernos, os que são denominados como péssimos, deve-se ler também os teóricos, os mais e os menos indicados e ter um mínimo de conhecimento do que o público para o qual destina a sua escrita está lendo e o que eles estão vivendo. Afinal, como escrever literatura fantástica se meu público odeia fantasia?

Vai escrever para crianças? Devemos pensar também nos adultos, pois são eles que, na maioria das vezes, decidem quais obras chegarão às mãos desses leitores mirins. É preciso conhecer esse mundo infantil.

E tem mais! Quer ser escritor? Então é necessário que escreva. Sem preguiça.

Difícil tarefa para se intitular escritor? Muito. Mas quem nasce escritor não desiste assim tão fácil. Não está morto quem peleia, tchê!

 

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