O Prêmio Sesc de Literatura é um dos mais importantes do país e, normalmente, a esta época do ano, já deveria estar encerrando as inscrições para a edição de 2024, mas o edital ainda nem foi lançado. A justificativa dada pela instituição foi de que estão fazendo alguns ajustes necessários, que ainda estariam em discussão, e que a premiação deve incluir uma nova categoria para este ano, de poesia.
Nos bastidores, porém, fala-se em tentativa de censura prévia, boicote e demissões. O principal dito incidente teria acontecido na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), quando os dirigentes do Departamento Nacional do Sesc teriam se incomodado com a leitura de um trecho do livro ?Outono de Carne Estranha? pelo autor da obra, que aborda a história de um relacionamento homoafetivo entre dois garimpeiros na Serra Pelada, no Pará, nos anos 1980, mostrando também a realidade do que foi o maior garimpo a céu aberto do mundo e o preconceito e o poder do Estado no local.
Após o ocorrido, uma conversa interna avaliou transferir a gestão da premiação para o Polo Sociocultural Sesc Paraty e reformular o edital, afim dos organizadores terem mais controle do que seria premiado. Diante os acontecimentos, o Grupo Editorial Record, que lança os livros vencedores, ameaçou deixar o projeto. Importante pontuar que até 2023 os vencedores eram escolhidos por um júri independente, não divulgado até o fim das inscrições. Ademais, Henrique Rodrigues, que organizou a programação da entidade na Flip, foi demitido assim que voltou de férias, em janeiro. Henrique esteve à frente do Prêmio Sesc desde sua criação, em 2003.
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