A ficção científica, normalmente abreviada para sci-fi, SF, FC e scifi, não é um gênero literário fácil de definir. Nele se encontram livros com abordagens diversas, como viagem no tempo e ao espaço, alienígenas e certo toque de magia. O livro pioneiro desse tema foi "Frankenstein", de Mary Shelley, em 1818, apesar dele também se encaixar no gênero terror. Nesse clássico, vemos um cientista utilizar seus conhecimentos para criar um homem a partir de partes de pessoas mortas.
A ficção científica vem ganhando cada vez mais espaço no mercado literário e diversos autores reconhecidos escrevem ou escreveram nesse gênero. Um deles é Júlio Verne, que utiliza o científico para criar uma temática fantástica em suas obras. Isaac Asimov, Blake Crouch, H. G. Wells e Ursula K. Le Guin são outros nomes relevantes desse tema.
Uma característica marcante da ficção científica é a criação de realidades e mundos alternativos, como Blake Crouch faz em suas obras. Muitas vezes também aborda questões éticas e morais, como na obra "Admirável novo mundo", de Aldous Huxley, em que as pessoas são geneticamente condicionadas e controladas.
Duda Falcão, em seu livro "Guia de literatura fantástica", possui um capítulo para abordar a ficção científica. Nele, ressalta que as histórias desse gênero não estão condicionadas a acontecer unicamente no futuro, embora seja o caso de muitas, por isso vemos essa temática ser chamada de literatura de antecipação algumas vezes.
Além disso, Duda comenta sobre o subgênero steampunk, onde tecnologias à vapor são mais desenvolvidas com uma narrativa retrofuturista, e sobre os dois grandes grupos em que a ficção científica se divide. No primeiro grupo, o hard, se encontram as histórias em que as ciências físicas, naturais ou exatas são exploradas com maior ênfase. Já o segundo grupo, o soft, são as narrativas que destacam as ciências humanas.
"Outra diferenciação estaria na composição do enredo. A ficção científica hard seria mais voltada para explicações científicas que se aproximam da realidade técnica, enquanto a segunda trabalharia mais com elementos de ciências imaginárias, tais como a telepatia ou a construção de máquinas capazes de viajar no tempo."
O subgênero space opera amplia o espaço, explorando mundos distantes e espécies de alienígenas, que é o caso da trilogia "Aurora ascende", de Amie Kaufman e Jay Kristoff, que fez sucesso entre os jovens. Isaac Asimov, autor de "Fundação" e da série "Robôs", considerado um dos mestres da ficção científica, também possui uma série juvenil nesse subgênero, "Lucky Starr".
Pensando a partir de uma ficção científica feminista, a obra "O conto de aia", de Margareth Atwood, foi publicada em 1985 e faz sucesso até hoje em dia, tendo ganhado uma adaptação para série.
"A protagonista, Offred, relata parte de sua vida tendo de sobreviver em uma sociedade totalitária governada por homens. Nesse universo, as mulheres são propriedades dos seus maridos e do Estado. Sem dúvida, trata-se de uma obra revolucionária que nos faz pensar se a distopia não é aqui mesmo, no tempo e no mundo em que vivemos."
Com o passar do tempo, outros subgêneros foram criados. Duda dá destaque ao afrofuturismo, termo criado por Mark Dery em 1993 ao analisar produções culturais relacionadas a trabalhos de afro-americanos, e cyberpunk, obras em que as fronteiras entre o mundo real e o virtual são implícitas. Como exemplo desse segundo subgênero, há a obra "Jogador número 1", de Ernest Cline.
Para além das páginas de livros, a ficção científica também faz sucesso nas telas. Star Wars, Star Trek e Matrix são alguns dos filmes com grande sucesso de bilheteria desse gênero. As séries Black Mirror e The Expanse, que foi baseada nos livros de James S. A. Corey, também são conhecidas pela sua temática futurista.