Os tipos de narrador
 



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Os tipos de narrador

Escrita Criativa


Quando escrevemos um texto ficcional, precisamos de alguém que conte a nossa história, e esse alguém é o nosso narrador. "O narrador não pode ser confundido com o próprio autor", destaca Marcelo Spalding, diretor do Curso de Formação de Escritores da Metamorfose, em vídeo publicado no canal do Formação no YouTube.




Para definirmos os tipos de narrador, podemos começar com dois conceitos mais amplos para melhor entendimento: narrador definido ou indefinido. Basicamente, essas duas categorias indicam se conhecemos o narrador ou não. O definido pode ser o protagonista ou o coadjuvante da história; se for o primeiro, ele estará participando diretamente dos fatos, comentando e refletindo sobre eles em primeira pessoa, já o segundo aparece eventualmente e alterna entre primeira e terceira pessoa. Enquanto isso, o indefinido é aquele em que não conseguimos identificar no texto, e o leitor muitas vezes o confunde com o autor, mas lembre-se, na ficção o autor não é o narrador, assim sua opinião e linguagem não podem ser confundidas com a do autor, mesmo que o texto esteja escrito em terceira pessoa.

Outra categoria importante para pensar o narrador é definir o quanto ele sabe da história e onde ele se encontra dentro dela. Para essas ideias temos os conceitos de narrador onisciente, onisciente seletivo e câmera. Mais comum em terceira pessoa, o narrador onisciente é aquele que sabe de tudo, como os sentimentos dos personagens e suas motivações, e está em todo lugar: "se diz que Deus é onisciente, onipotente, onipresente; sabe de tudo, pode tudo e está em todos os lugares", exemplifica Spalding.

Já o onisciente seletivo, como o próprio nome já diz, está ciente de todos os fatos apenas de algum ou de alguns personagens, mas não de todos; assim, muitas vezes esse tipo de narrador não é confiável como fonte sobre os acontecimentos.

Por fim, o narrador câmera é aquele que conta o que está vendo de fora, ele não consegue entrar na cabeça do personagem e fica alheio ao que está além de seus olhos. "Esse narrador é muito interessante para a construção de cena porque ele nos obriga a criar a cena, desenvolver a cena, a narrar", esclarece Marcelo Spalding.

Importante pontuar que é possível combinar cada um desses narradores para criar o melhor narrador que se encaixe com a sua história. "A escolha do narrador é, talvez, a escolha técnica mais importante na hora de se escrever um romance, um conto, uma narrativa".

 

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