Os artigos definidos determinam os substantivos de modo preciso e particular. Ao dizer “o” livro, “a” casa, “o” jornal, faz-se uma referência a um livro, a uma casa, a um jornal específicos, definidos. Já os indefinidos apresentam os substantivos num aspecto vago, impreciso e geral. Quando se diz “um” livro, “uma” casa, “um” jornal menciona-se um livro, uma casa, um jornal qualquer.
Importante: a diferença entre os artigos definidos e indefinidos é uma questão de sentido. Exemplo:
1) Li o jornal ontem.
2) Li umjornal ontem.
Em 1) refere-se um jornal em particular, definido. Em 2), refere-se um jornal sem intenção de especificá-lo.
Na língua portuguesa os artigos podem combinar-se com preposições. A combinação dos artigos definidos com as preposições a, de, em, por (per) resulta, respectivamente, em à(s), ao(s), do(s), da(s) no(s), na(s) pelo(s) pela(s).
A combinação dos artigos indefinidos com a preposição em, e mais raramente com a preposição de, resulta em: num (nuns), numa(s), dum(duns), duma(s).
1. Sobre o uso dos artigos
De um modo geral, o artigo definido aplica-se a seres e objetos conhecidos ou já mencionados, e o indefinido a seres desconhecidos, indeterminados ou a seres e objetos a que não se fez menção ainda. Diz-se, por exemplo, “Era uma vez uma bruxa
”, no início de um conto infantil e, na sequência, “
a bruxa
”.
O artigo definido também distingue os substantivos homônimos e define seu significado.
Exemplos: o rádio, a rádio; o capital, a capital; o moral, a moral.
Os artigos também transformam palavras de qualquer classe gramatical em substantivo.
Exemplo:
Ninguém sabe como será o amanhã.
Diga-me um sim, ou um não.
É um falar que não tem fim.
O aqui e o agora.
2. Não se usa artigo definido:
1) em provérbios e comparações
Cão que ladra não morde (e não: O cão
).
Amor com amor se paga (e não: O Amor
).
Criança tem mais disposição que adulto (e não: a criança
o adulto).
2) depois do pronome relativo cujo
É o menino cujos pais procurávamos (e não: cujo os pais
).
Há pragas cujo controle é difícil (e não: cujo o controle
).
Esta é uma história cuja trama envolve crianças abandonadas (e não: cuja a trama
).
3) antes de palavras que designam matérias de estudo, usadas com os verbos ensinar, aprender, estudar e equivalentes:
Estudava Literatura (e não: a Literatura
).
Lecionava Português (e não: o Português
).
Já não se estuda Latim nas escolas (e não: o Latim).
4) antes de nomes de sentido generalizante:
Avareza não é economia (e não: A avareza).
Escrever certo é difícil (e não: O escrever).
Sal, pimenta e açúcar devem ser usados em quantidades moderadas (e não: O sal, a pimenta e o açúcar).
5) antes de pronomes tratamento:
Sua Alteza casou-se com Dona Teresa Cristina (e não: A Sua Alteza, a Dona).
Espero não ter magoado Vossa Excelência (e não: a Vossa Excelência).
Mas, atenção: senhor, senhora e senhorita são exceções e admitem artigo:
Falei com a senhorita Cristina. / O senhor Francisco o espera no escritório.
6) antes dos adjetivos são, santo e santa, quando acompanhados de nome próprio, assim como Nosso Senhor e Nossa Senhora:
Santo Antônio é o padroeiro da cidade (e não: O Santo Antônio).
Nossa Senhora Aparecida é a padroeira do Brasil (e não: A Nossa Senhora Aparecida).
7) antes de pronome possessivo usado em expressões com o valor de alguns: Quem não tem suas (algumas) dificuldades? (e não: as suas
). Nota: com o artigo haveria ambiguidade (duplo sentido).
8) com nomes próprios de pessoas usados por inteiro (famosos ou não):
Francisco da Silva foi nosso vizinho por muitos anos (e não: O Francisco da Silva)
Eva Vilma foi uma grande atriz (e não: A Eva Vilma).
Observações:
1) os pronomes possessivos que acompanham substantivos têm a função de determiná-los, por isso tornam-se facultativos em usos como os seguintes:
Conversei com (a) sua irmã. Conheço (os) seus amigos.
2) Diante de nomes de pessoas, geralmente, não se usa artigo:
Conheci Maria Teresa na faculdade (e não: a Maria Teresa).
Porém, na linguagem coloquial de alguns Estados brasileiros, é frequente a anteposição de artigo a nomes de pessoas, a fim de indicar afetividade ou familiaridade:
A Helena é minha irmã. O João é nosso sobrinho.