5 dicas de autores consagrados para aliar produtividade à escrita
 



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5 dicas de autores consagrados para aliar produtividade à escrita

Cinthia Dalla Valle


A prática da escrita costuma ser associada a conceitos de inspiração, criatividade, genialidade e outros que acabam afastando a escrita da prática e o aspirante do escritor real. Quem já tem familiaridade com a rotina em questão consegue libertar este ofício de conceitos tão limitados e vivê-lo de uma forma mais realista e plena. Escrever pode envolver produtividade sem deixar de lado a criatividade, a inspiração e ideias geniais, que são sempre bem-vindas, mas não podem ser um peso e uma pressão para quem deseja escrever.



Neste artigo, vamos falar sobre como aliar produtividade à escrita com dicas de alguns autores consagrados. Mas atenção, como a escrita é um processo muito particular, é possível que as dicas apresentadas aqui não funcionem para você. Por isso, é importante testá-las antes de acreditar que são as soluções para os seus problemas. Boa leitura!

1. Tenha metas diárias de escrita

Muitos escritores têm metas diárias de produção porque, caso contrário, a escrita fica para quando der tempo, ou seja, na categoria de lazer e não de trabalho. Para que isso não aconteça, a maior parte dos escritores determina uma meta diária, escolhe o melhor período do dia para cumpri-la e consegue, dessa forma, ser mais disciplinada e produtiva.

Seguem alguns exemplos. Stephen King escreve todo dia o mínimo de dez páginas. Já Ernest Hemingway definia sua produção em número de palavras, escrevia entre 450 e 2500 palavras por dia.

Escreva um livro em três meses

Stephen King acredita que a primeira versão de um livro, até mesmo os longos, deve ser escrita no máximo em três meses, o tempo que dura uma estação do ano. Por mais convicção que este autor tenha em relação a esta dica, com certeza ela não é uma unanimidade entre os escritores de livros.

São poucos os que conseguem produzir tanto nesse espaço de tempo, não por falta de capacidade, mas por viverem uma rotina diferente e ter objetivos também diferentes. Você pode não querer escrever livros, mas sim, contos ou crônicas em blogs ou revistas, por exemplo. Ou ainda pode escrever sob demanda como ghost writer ou criador de conteúdo. Seja qual for seu objetivo, o tempo para a sua produção depende do seu ritmo de escrita e da sua rotina.

3. Leia o máximo possível

Para muita gente que não escreve, a leitura pode ficar para as horas de folga, para o final de semana ou para as tão aguardadas férias. Porém, para os escritores ou aspirantes, a leitura precisa fazer parte da rotina de trabalho. Ler é trabalhar, é coletar material para suas próprias escritas, é construir o seu estilo como escritor, é se inspirar, é respirar outros trabalhos, enfim, ler é a base e a fonte de conhecimento, experiências, forma, vocabulário e tantas outras coisas que formam o chão de quem escreve. Por tudo isso, a leitura deve ser uma prioridade para quem deseja escrever e para quem já escreve.

Além de ler, troque ideias com os leitores das obras, podem ser outros escritores ou não. Veja com outros olhos aquela escrita, interaja, perceba também como os seus textos podem impactar de diferentes formas os seus leitores atuais ou futuros. O interessante é que nem sempre a sua mensagem através do seu texto chega no leitor da mesma forma. Cada um tem uma bagagem única e é ela que define o impacto que o texto poderá gerar.

Trago novamente Stephen King, que lê cerca de 80 livros por ano, para embasar o que estou dizendo: “Se você não tem tempo para ler, você não tem tempo (ou as ferramentas) para escrever.”

4. Escreva na vertical

Por mais estranha que essa dica possa parecer, esse hábito é comum a muitos escritores famosos, como Victor Hugo, autor de O Corcunda de Notre Dame e Os Miseráveis, que escrevia em pé, apoiado em uma mesa e na frente de um espelho. Ernest Hemingway, Fernando Pessoa, Fausto Goethe, Virginia Woolf e a novelista Gloria Perez também foram ou são adeptos desse jeito um tanto curioso de escrever.

O mais importante que o escritor esteja à vontade, em uma posição que o permita permanecer bem pelo tempo que se propor a escrever. Sentado, deitado, em pé ou na banheira, como gostavam de escrever Agatha Christie e Vinicius de Moraes, o que vale nessa hora é o que funciona para você.

5. Crie suas próprias manias

Mesmo sendo um aspirante ou escritor iniciante, você tem direito a ter suas próprias manias para escrever. Afinal, se elas ajudarem no processo, por que não?

Claro que não precisam ser manias tão particulares quanto às de Pablo Neruda e de Alexandre Dumas. O poeta chileno Pablo Neruda, autor de O Carteiro e o Poeta e Cem Sonetos de Amor, só escrevia com tinta verde. Dizem que ele não terminou um poema porque seu estoque de tinta verde acabou e, quando se propôs a terminá-lo quando a tinta chegou, não conseguiu retomar a linha criativa. Alexandre Dumas, autor de Os Três Mosqueteiros e O Conde de Monte Cristo, costumava tirar toda a sua roupa e deixar para um empregado até que ele acabasse a obra.

Essas são algumas ideias, mas você pode criar manias que se adaptam mais à sua rotina e à sua realidade, podem ser em relação ao seu lugar ideal para escrever, a objetos que ajudem você a se sentir bem e inspirado, como uma poltrona ou uma imagem, por exemplo, ou ainda ao seu primeiro leitor, aquele que vai ajudar você a ter mais segurança e motivação para mostrar o seu trabalho e continuar a fazê-lo com dedicação.

Agora, se depois de ler essas dicas de autores consagrados para aliar produtividade à escrita, você não se identificou com nenhuma delas, siga o conselho de Anne Rice, autora de Entrevista com o vampiro, que diz o seguinte: “não há regras para essa profissão. Ignore todas elas.”

 

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