Podcast debate caminhos alternativos do livro
 



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Podcast debate caminhos alternativos do livro

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Podcast da semana falou com editoras que encontraram em petshops, lojas de presentes ou farmácias seus parceiros para fazer seus livros chegarem aos leitores

Na virada das décadas de 1910 e 1920, Monteiro Lobato deixou a fazenda de café herdada do avô e se aventurou como autor e depois como editor. Foi exercendo esta segunda figura que ele percebeu que, no Brasil da época, existiam poucas livrarias; nas suas contas algo em torno de 30. Precisava expandir esse número para dar conta do seu audacioso plano de escoar a produção vultosa de exemplares de Urupês e Saci-Pererê: resultado de um inquérito, seus dois primeiros livros.

Foi aí que ele teve uma ideia: colocar livros em estabelecimentos onde tradicionalmente não se vendiam livros: armazéns, farmácias, papelarias etc... Foi dessa constatação que nasceu a famosa carta em que apresentava o livro aos donos desses estabelecimentos: “Trata-se de um artigo comercial como qualquer outro: batata, querosene ou bacalhau”. Deu resultado e, em 1923, Lobato comemorava a venda de 30 mil exemplares de Urupês, um marco importante para a indústria editorial brasileira.

Um século depois, o setor livreiro nacional se desenvolveu. Além das livrarias independentes, redes se tornaram mega-redes, algumas delas desapareceram, outras foram incorporadas, outras parecem viver seu ocaso, enquanto outras crescem, conquistando espaços. A pandemia forçou muitas delas colocarem suas fichas na internet e o comércio varejista de livros se tornou muito mais complexo do que as picadas abertas por Lobato.

Mas, algumas editoras seguem procurando seguir os passos do velho Lobato e buscam caminhos alternativos para escoar a sua produção. Nessa semana, o Podcast do PublishNews recebeu Roberta Faria, diretora executiva da Editora Mol, e Gustavo Guertler, CEO da Belas Letras, que tem conseguido resultados importantes colocando seus livros em locais como petshops, farmácias e lojas de presentes. A estratégia veio, claro, da necessidade de se fazer presente no dia a dia do leitor e assim, conquistar novos leitores.


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