A formação de palavras é um dos fenômenos mais interessantes em qualquer língua. A partir de determinada palavra, do seu
radical, formam-se dezenas de outras palavras com a combinação de
prefixos e
sufixos. Assim o verbo CONSTITUIR se transforma em:
CONSTITUIÇÃO: substantivo derivado de constituir
CONSTITUCIONAL: adjetivo
CONSTITUCIONALMENTE: advérbio
CONSTITUCIONALISSIMAMENTE: advérbio no superlativo
INCONSTITUCIONALISSIMAMENTE: adição de um prefixo
Ou seja, uma palavra é forma de PREFIXO + RADICAL + SUFIXO.
O
prefixo muda seu significado. "INtolerante" é o oposto de tolerante, "renascer" é nascer de novo, "internacional" é entre nações. E por aí vai. Evidentemente, nem todas as palavras têm prefixo. Em "índio", por exemplo, o "ín" é parte do radical da palavra.
O
sufixo , por sua vez, costuma identificar a classe gramatical da palavra. No exemplo acima, vimos que acrescentando "-AL" formamos o adjetivo. Como em "mortal", "imoral", "nacional". Já acrescentando "-MENTE" formamos o advérbio, como em "mortalmente", "imoralmente", "nacionalmente". Uma palavra pode estar no seu estado "bruto", sem sufixos (ônibus, homem...). E, claro, há diversas formas irregulares de formação de palavras (perca -> perda, morrer -> morte). Mas lembre-se que o mote aqui é entender a lógica, só depois memorizar a exceção.
Já o
radical é a essência da palavra, aquele "miolo" que não se modifica mesmo com acréscimo de sufixos e prefixos. Para uma palavra ter o mesmo radical da outra, ela precisa ter a mesma origem, ou seja, a mesma grafia e o mesmo significado. Dessa forma, "admitir" e "inadmissível" têm o mesmo radical, mas "administrador", não.
E o que isso tudo tem a ver com a ortografia? Oberve as imagens abaixo:
Claro que os erros aqui são primários e, por isso mesmo, fotografáveis. O vebo SER é com "s" e por isso mesmo "seja" só pode ser com "s". Assim como FAZER, todos sabemos, é com "z", então "fazida", "fazedor", "fazendo" deve ser com "z". E EXPERIMENTAR é com "x", o que faz com que "experimente" seja com "x".
Algumas pessoas não se dão conta, porém, que essa lógica vale para milhares de palavras (para não dizer todas). Se ASSESSOR é com SS, SS, "assessoria", "assessorar", "assessoramento" também é! Se HESITAR é com "h" e depois "s", "hesitou", "hesitariam" também é! Se ANÁLISE é com "s", "analisar" também é.
A grande função da existência dos prefixos, sufixos e radicais é que o usuário da língua não precisa memorizar a ortografia de milhões de palavras, e sim de milhares de prefixos, sufixos e radicais, pois eles tendem a manter sua grafia em outras situações. O sufixo "-al", por exemplo, nunca terá "u" no final. Assim como o prefixo "des" é sempre com "s": "desestabilizar", "desestimular".
Abaixo temos alguns links sobre a formação de palavras. O importante, porém, é você entender a lógica dos radicais e não errar mais quando escrever "inadmissível", por exemplo, pois ninguém coloca "i" depois do "d" em "admitir".