Um caçador de borboletas, em busca de palavras que voavam - assim, de forma poética, se autodefinia Aurélio Buarque de Holanda (1910-1989), cujo dicionário brasileiro organizado por ele tornou-se um fenômeno editorial, com mais de 15 milhões de exemplares vendidos em pouco mais de 25 anos desde que foi lançado, em 1975, pela Nova Fronteira. Um sucesso tão avassalador que "Aurélio" se tornou sinônimo popular de dicionário, ainda que tal verbete não conste em seu trabalho por puro pudor.
Tal brilhante trajetória, no entanto, encobre o turbulento período que marcou a pesquisa e a edição do dicionário, que tanto envolveu atrasos fenomenais como disputas judiciais - intrigas que o jornalista Cezar Motta conta no recém lançado Por Trás das Palavras (Máquina de Livros; 192 págs., R$ 49).
Apesar de vários personagens, a história se concentra na disputa entre dois: de um lado, o próprio Aurélio, profundo conhecedor das palavras e seus significados, por isso chamado de Mestre, mas, ao mesmo tempo, um homem desorganizado, descumpridor de prazos e um tanto desleixado; do outro, Joaquim Campelo, colaborador de Aurélio a partir dos anos 1950, imprescindível em conseguir que o dicionário fosse editado, seja no trabalho de pesquisa, seja na luta para conseguir uma editora, e que, nos últimos anos, travou uma batalha jurídica para figurar na lista de colaboradores e, com isso, fazer jus aos direitos autorais - Aurélio considerava que a experiência e os conhecimentos que passava ao auxiliar eram pagamento suficiente.
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