O uso dos pronomes possessivos de terceira pessoa seu, sua, seus, suas pode dar lugar a sentidos ambíguos, como no exemplo a seguir:
João, Pedro saiu com o seu carro.
Aqui o pronome seu não esclarece de quem é o carro, se de Pedro ou de João.
Para evitar a confusão, em situações como essa, substitui-se o pronome causador da ambiguidade (seu) por dele, dela, deles, delas, do senhor, etc., que deixam explícito o possuidor.
Se o carro for de Pedro, poderíamos dizer:
João, Pedro saiu com o carro dele.
Se o carro pertencer a João:
João, Pedro saiu com o carro do senhor.
Assim, mesmo que o contexto de uso possa desfazer possíveis ambiguidades, em textos escritos, é aconselhável evitar o emprego dos pronomes possessivos seu, sua, seus, suas sempre que houver qualquer possibilidade de mais de uma interpretação. O leitor agradece.
Aliás, na revisão de textos de diferentes gêneros, mais particularmente em narrativas de iniciantes, tenho constatado um emprego excessivo desses pronomes; na maior parte das vezes, desnecessários. Nesses casos, basta uma leitura atenta para eliminar todos os pronomes (e outros termos) não necessários.
Texto originalmente publicado no blog Scriptura e getilmente cedido pela autora