Autocensura no mercado literário infantil
 



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Autocensura no mercado literário infantil

El País


Talvez você tenha visto na internet um vídeo da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves condenando a obra Manual prático de bruxaria, de Malcom Bird. “Isso é livro para dar para crianças, irmãos? Ensina como ser bruxa, como se vestir como bruxa”, dizia ela diante de uma congregação religiosa.

Desde então seres fantásticos tornaram-se elementos delicados na retórica conservadora propagada por membros do Governo Bolsonaro e passaram a ser censurados por escolas. Surgiram mais casos de reclamações contra obras infantis com tais elementos, conforme relatam diferentes editoras, escritores, educadores e ilustradores de livros infantis —mais um fator que se soma a iniciativas de caça aos livros como a da Secretaria da Educação de Rondônia, que determinou, ainda que não tenha sido efetivado, o recolhimento de 43 obras, como Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, ou Macunaíma, de Mario de Andrade.

O Governo brasileiro tem o maior programa de compra e distribuição de livros didáticos e literários do mundo —de acordo com números do Ministério da Educação (MEC), são comprados, anualmente, 120 milhões de livros didáticos e mais de 30 milhões de obras de literatura—. “Com um Executivo apoiado por grupos neo-pentecostais, eles querem produzir seu próprio material. O editor que quiser publicar uma obra com bruxas vai pensar 30 vezes antes de fazê-lo, porque sabe que ele não será comprado pelo poder público”, argumenta a escritora. Em agosto do ano passado, o MEC congelou 348 milhões de reais que seriam usados na compra de livros para escolas.

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