Dicas
O uso de ilustrações em um texto juvenil
Entrevista com Liz Quintana
Entrevistamos Liz Quintana, que está lançando o seu primeiro livro individual, Traços, no dia 15/11, às 17h30, na Feira do Livro de Porto Alegre. Falamos sobre o papel da ilustração na literatura e sobre a sua experiência em ilustrar o seu próprio texto.
Liz Quintana é graduada em Design. Doutora em Comunicação e Informação, trabalhou como docente durante 14 anos no ensino superior, na pós-graduação stricto e lato sensu em design. Participou de oficina de criação literária infantil, oficina de escrita para jovens, oficinas de contação de histórias. Concluiu o Curso de Formação de Escritores da Metamorfose. É ilustradora. Já participou de duas publicações de antologias: Minicontos de Amor e Morte (2018) e Banquete (Contos 2019).
Confira abaixo a entrevista completa:
Você é professora de design e ilustradora. Como surgiu o interesse pela escrita?
Acredito que o interesse pela escrita originou-se da paixão pela leitura. Desde criança sempre adorei ler e na adolescência escrevia bastante e desenhava. Penso que não foi algo repentino, mas uma combinação de fatores, o interesse sempre existiu.
Qual a importância da ilustração para a literatura juvenil?
Estamos falando de duas formas de expressão que, juntas, se complementam e tornam as histórias infantis mais interessantes para o olhar e o sentir. Seja para o leitor criança ou o adulto.
Um ilustrador é um escritor de imagens?
Um ilustrador também envia mensagens através das cores e formas, então, pode-se pensar que é uma forma de contar histórias também.
Qual o papel da ilustração no teu primeiro livro individual, Traços?
No livro Traços, a ilustração tem um papel importante. A Carol, personagem da história, é desenhista e as ilustrações do livro representam desenhos que ela fez. A capa, por exemplo, é um desenho dela, mas, para entender, é preciso descobrir na leitura do livro. Por isso, acredito que as ilustrações são especiais, pois representam os acontecimentos narrados sob o ponto de vista de uma das personagens principais.
Você já havia trabalhado na ilustração de outros livros? Como foi fazer a ilustração para o seu próprio texto?
Desenhar é uma das coisas que mais amo fazer. Traços não só é meu primeiro livro individual, como também meu primeiro trabalho como ilustradora na área editorial. Ilustrar o próprio texto por um lado é difícil, já que é um mesmo olhar.Mas, por outro lado, é uma delícia, já que pude saborear cada minuto em que estive envolvida com o livro. Foi pura emoção.
Quais artistas influenciam o teu trabalho como ilustradora?
Mesmo antes de trabalhar como escritora e ilustradora, já acompanhava alguns ilustradores que admiro. É uma pergunta difícil, pois tem muitos. André Neves, Lúcia Hiratsuka, Ziraldo, Mariana Massarani, Martina Schreiner, Mafalda Milhões, Suppa, Alarcão, Rodrigo Rosa, Roger Mello. A lista é imensa.
Quais escritores influenciaram o teu trabalho como escritora?
O livro Traços foi desenvolvido ao longo do Curso de Formação de Escritores da Metamorfose, então, como os professores são escritores, penso que a influência maior foi deles. Em especial: Luís Dill, Gilberto Fonseca e Letícia Wierzchowski.
Quais livros você recomendaria para um ilustrador iniciante?
Ilustradores SIB. Literatura Infantil e Juvenil. Ed 2AB; CRUSH, Lawrence Zeegen. Fundamentos de Ilustração. Porto Alegre: Bookman, 2009; OLIVEIRA, Ieda de (org.). Com a palavra o ilustrador. O que é qualidade em ilustração no livro infantil e juvenil. São Paulo: Difusão Cultural do Livro, 2008.
De que forma o Curso de Formação de Escritores ajudou você na publicação do livro?
O curso é organizado de forma a conduzir o aluno para a escrita. Não funciona como uma oficina, mas, ainda assim, temos oportunidades para ensaiar textos e discutir nas aulas. É um curso bem completo, mesmo para quem já tem um direcionamento, como eu, que já entrei interessada no infanto-juvenil. O grande diferencial é a aproximação com os escritores que ministram as aulas e o encaminhamento para produção e publicação. Ao longo do curso, participei de duas coletâneas:Minicontos de Amor e Morte e Banquete. E, para o término do curso, fui preparando meu livro individual, sob orientação e acompanhamento do Marcelo Spalding, meu professor e editor.
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