Cinza
 



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Cinza

Flávia Torres


Eu estava ali parada vestida em um luto futuro e melancolia.
Minha roupa molhada quase congelando e os meu sapatos cheios de lama. O vente forte bagunçava meus cabelo e a chuva fria ajudava a lavar minha alma. Meu olhar perdido, minha cabeça pela, primeira vez, no lugar.
Era o dia mais frio do ano e o dia mais cinza da minha vida.
Amanhecia, o vente frio cortava meu rosto.As gotas de chuva e as lágrimas confundiam-se de encontro a meu queixo trémulo. Eu havia caminhado a madrugada inteira até tomar uma nova decisão. Nem sei ao certo como fui parar naquele lugar.
O abismo a alguns passos e o vento uivando, convidando ao salto. Pus a mão do lado de dentro da jaqueta e consultado um bolso ainda seco, toquei um pedaço de papel.
O que fez com que minha cabeça voltasse em um estalo ao começo da noite.Quando ainda estava em casa, sentada, olhos inchado, apenas um feixe de luz.
Papeis amassados, jogados por todos os cantos.
Caneta na mão e eu ainda tentava escolher as palavras certas:
"Ninguém pode me julgar".

 

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