Minicontos
Valter
José Marins
Recebi na pensão de estudantes, numa tarde de sábado, o amigo Valter. Ele começou, Desde o acontecido não falei mais com ninguém, preciso. Estranho brilho os olhos postos numa cara de quem viu coisa ruim ou pior. Pior de muito. Falei, Um copo d´água, não quis. O olhar parado no chão, no cisco não visto. Contou-me, os entalhes de uma escultura medonha. Sobraram-me estas suas palavras ditas entre choro e gosma e náusea, Era amigo de todo mundo, só ele queria seguir vida militar, esperava os exercícios de guerra e contraguerrilha com um prazer que dava medo nos outros, em mim, num caminho de serra e mato ele saltou do caminhão em movimento tombando com a baioneta atravessada na garganta saída na cabeça e saltei recebendo o esguicho do sangue dele.
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